Mostrando postagens com marcador material alternativo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador material alternativo. Mostrar todas as postagens

29 de janeiro de 2012

Mobiliário fraturado

Como alguns de você sabem, eu sou uma pessoa bastante.. digamos assim, desastrada. E, só pra sair um pouco da rotina nesse começo de ano, resolvi quebrar o pé. Sim, quebrei o metatarso do dedinho e aqui estou, engessada, pulando pra lá e pra cá. Para minimizar a situação, engessei a perna com o gesso sintético.

Não conhece? É uma malha de fibra de vidro impregnada com resina de poliuretano, o que o torna moldável, muito resistente e super leve, além de ser transparente aos raios X e de não desmanchar se molhado.


Depois que escolhi a cor percebi que parece uma bota do Papai Noel... Enfim: enquanto minha perna era imobilizada, eu e o Leonardo começamos a pensar em outras aplicações para este material. Afinal, é muito potencial! Mesmo não sendo muito barato, poderia ser utilizado em várias situações. Foi então que me lembrei de uma série de móveis fabricados com gesso sintético: Fracture Furniture (nome sugestivo).


Criados pelo designer alemão Ineke Hans, em 2007, os móveis - cadeiras, bancos altos e baixos e um cabide - utilizam uma estrutura interna de poliestireno, revestidos com o gesso sintético. Assim, são extremamente leves e resistentes, além de chamarem a atenção pelo material incomum.




Não queremos entrar na questão de ser ou não um material ecologicamente correto; nossa intenção é mostrar que a inovação pode surgir em qualquer área, em qualquer produto. Desta forma, podemos pensar diferente, saindo da ideia pré-concebida de móveis fabricados em madeira ou MDF.

E aí, o que achou? Sou só eu que estou com vontade de sair por aí engessando muitas coisas?

4 de dezembro de 2011

Sementes no papel

Esse ano, participei de um congresso (aqui em Porto Alegre), cujo tema era inovação. E fiquei surpresa ao ver toda a preocupação ecológica envolvida! Havia pouco papel impresso; a maioria era digital. A bolsa, onde estava o guia sobre o evento, era também utilizada como porta-crachá - possuía um bolso frontal, transparente. E o crachá, então, era de papel semente!

Peraí, o que? Papel semente?


É! Tá vendo o que tá escrito no crachá, no lado direito? "Este crachá é feito de papel semente. Após o uso, plante-o em terra fértil e dele nascerão flores". Mas.. como? Foi então que fui pesquisar, e descobri como ele é feito: sementes de diversas plantas (erva-doce, camomila, agrião, rúcula, manjericão, boca de leão, cravinho da índia...) são adicionadas à massa do papel artesanal e reciclado. Se esse papel encontra terra fértil, ele se decompõe e germina! A condição para a semente brotar neste papel é que ela tem que ser pequena e resistente - por isso, a preferência pelas plantas citadas ali em cima.

A empresa Papel Semente, do Rio de Janeiro (uma das primeiras a trabalhar como este material) ensina como deve ser feito o plantio:


E lá fui eu plantar meu crachá! Seguindo os passos, piquei o papel e o molhei:


Depois, coloquei em um um vasinho improvisado, com uma camada fina de terra por cima:


Então, os "vasinhos" foram parar no meu cantinho das plantas, junto com minhas suculentas. Agora é só esperar cerca de 15 dias (regando diariamente e cuidando com muito carinho) para ver as primeiras plantinhas nascendo!



Com este papel, podem ser feitos cartões, convites, envelopes, marcadores de página... Além de poético - ver brotar a "vida" de um simples papel - este produto pode evitar o acúmulo de papéis que, após algum tempo, tornam-se inúteis. Bom mesmo seria se todo papel jogado por aí virasse uma linda planta!

12 de novembro de 2011

Módulo multifuncional Mobina

Já se passaram quatro meses de Pimenta Bis no ar... E faz pouco tempo que percebemos que ainda não tínhamos postado nada sobre a Mobina! Então, vamos lá.

Meu trabalho de conclusão (no curso de Desenho Industrial - Projeto de Produto da Universidade Federal de Santa Maria), apresentado em dezembro de 2010 e sob a orientação da profª. Drª. Fabiane Vieira Romano baseou-se no desenvolvimento de produtos a partir de resíduos industriais. O resíduo escolhido, proveniente de uma malharia, foi a bobina de papelão.


Assim, depois de todas as etapas de um projeto de produto, nasceu a Mobina, um módulo multifuncional que pode ser usado como estante, mesa lateral, banqueta e caixa. Seu nome é a junção de "módulo" e "móvel" com "bobina", o principal material.











Foi muito gratificante poder mostrar que um produto pode surgir a partir de algo que já existe. A reutilização é o foco do trabalho de vários designers, mas nem sempre é reconhecida como deve. A possibilidade de oferecer uma "segunda vida" para algo que iria para o lixo nos faz pensar sobre o descarte excessivo de objetos e de que maneiras isso pode ser mudado - e a Pimenta Bis está aí para isso!

O mais engraçado é que a Mobina já foi tema de vários posts (inclusive gringos!) e demorou pra aparecer aqui no blog! Quer conhecer alguns blogs que falaram dela? Coletivo Verde (aliás, post muito bem escrito pela Luana Godoi, que fez até uma entrevista comigo!), Ligia Fascioni (primeira a divulgar!), HomeTone, The Blog on the Bookshelf, Kompjuter Biblioteka e o Hebdoblog.

Mas além de falar sobre a Mobina, este post quer seu voto! Ela está concorrendo ao Prêmio Greenbest 2012, um concurso nacional de consumo e iniciativas com foco no meio ambiente. O objetivo da premiação é ressaltar as melhores iniciativas, profissionais, produtos e projetos, para assim criar exemplos capazes de guiar o mercado da sustentabilidade.

 O Greenbest é o maior prêmio de sustentabilidade do Brasil, e o primeiro em permitir o voto popular. O TOP 10 sai no dia 13 de março, e os vencedores serão divulgados no dia 15 de maio. Vota em mim lá, vai! (É só clicar no selo abaixo que você vai direto para o link da votação).



 Obs: para votar, é necessário escolher 3 opções entre os concorrentes, e fazer o cadastrou ou entrar com a conta do Facebook. É bem fácil :)

3 de novembro de 2011

Chave monstra

Ontem, no caminho para o mercado, não pude deixar de notar a quantidade de chaves jogadas fora em uma esquina. Eram muitas, muitas chaves! Aí fiquei pensando... a gente muda de apartamento (que geralmente tem umas 4,5 chaves) e elas vão pra onde? Fora - ou ficam esquecidas em algumas gavetas. Eu mesma tenho algumas chaves guardadas, que nem sei o que abrem.

E.. será? Será que esse é o destino delas? Não, não pode ser. Tem que ter alguma coisa mais legal e útil que elas possam virar. Então, eis que vejo as "chaves monstras" do designer Joseph Riel!


Com um simples recorte em forma de J no "corpo" da chave, Riel criou o que ele batizou de Remade: um abridor de garrafas muito estiloso! Para deixar ainda mais legal, as embalagens são desenhadas a mão e transformam as chaves reutilizadas em criaturas muito divertidas e com personalidade única!




Mais detalhes você pode conferir aqui: http://www.josephriehl.com/

* Nota mental: de agora em diante, lembrar de guardar as chaves velhas e fazer um abridor!

1 de novembro de 2011

Banquinhos gravitacionais

O designer Jólan Van Der Wiel  criou um sistema inusitado para produzir a série Gravity Stool. Estes banquinhos, um diferente do outro, surgiram como seu projeto de graduação.


Os banquinhos são feitos de uma resina combinada com material magnético e tomam forma através de uma máquina que funciona somente com a manipulação dos fenômenos da gravidade e campos magnéticos.



O resultado é surpreendente, proporciona exclusividade e personalidade a cada peça - com um visual radical! O grande lance é a maneira alternativa de produção, explorando algumas das principais forças da natureza sem prejudicá-la.


Esse projeto, assim como o Idea of a Tree (quem não viu clica aí!), fomentam a renovação do modo de produção dos objetos. Viabiliza-se a materialização de novos produtos que satisfazem antigas necessidades de maneira racional e atual, além de propôr novas expectativas para a cultura material. Apimentou?

Veja também esse video em que Jólan explica melhor sobre o projeto Gravity Tool: http://vimeo.com/29981538





24 de outubro de 2011

A beleza dos brinquedos simples


Vou falar: nunca gostei de brinquedos eletrônicos. E agora, que tenho um afilhado coisa mais querida, estou reforçando esse pensamento. Sinceramente, qual a graça de “brincar” com uma coisa que fica se mexendo sozinha, acendendo luzes, fazendo barulhos escandalosos, enquanto a criança fica ali, estática, só olhando aquele festival acontecendo na sua frente? Um brinquedo com o qual a criança nem interage? Não, obrigada.

Por isso, sempre que vou comprar algum presente pra ele, procuro brinquedos mais simples (talvez por remeterem à minha infância... nostalgia) e que tenham algum sentido mais concreto, que ensinem algo. Mas vou falar, não é muito fácil! A profusão de brinquedos eletrônicos baratos – e de qualidade duvidosa – é enorme, e acaba por seduzir o consumidor (as crianças, e os pais).

É um lindo!


  
Até que hoje deparei-me com a empresa alemã Rasselfisch, especializada em brinquedos e acessórios para crianças. Fiquei encantada com a diversidade e a simplicidade dos produtos! Eles comentam: “Há tantas lojas de produtos para crianças, mas nenhuma tem aquilo que estamos procurando. Nossa filosofia é de que é importante que as crianças sejam cercadas por produtos belos e de alta qualidade”. Além disso, há um lado social. A empresa possui alguns projetos especiais, que são produzidos por artesãos e famílias carentes.

Dentre tantos produtos lindos, vou dar destaque aos feitos de papelão. Afinal, já que dificilmente os brinquedos duram vários anos, que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente. Desde cabaninhas, até berços, os produtos se destacam pelo design, bom acabamento e preço acessível. Além disso, são desmontáveis e podem ser personalizados pela criança – ou pelos pais que queiram liberar sua veia artística!




 





Além desses, há um outro produto da Rasselfisch que fez muito sucesso: o i-Wood, um notebook feito de madeira compensada, que na verdade é uma lousa portátil para a criançada desenhar onde quiser! Para ter uma ideia do valor, o i-Wood custa cerca de R$ 80,00.


 Gostaram tanto quanto eu? No site tem muito mais! http://www.rasselfisch.de/home.html

17 de outubro de 2011

Arte e design com papelão

Saia de casa um dia, e conte quantas caixas de papelão você vê jogadas no lixo (ou pior, fora dele). Agora pense: será que é realmente esse o melhor destino para uma matéria-prima que oferece tantas possibilidades?

É por isso que quando vemos o trabalho de um designer como Domingos Tótora sempre ficamos entusiasmados e felizes, com a certeza de que muitos materiais podem ter outro destino.


Tótora é um mineiro que escolheu o papelão como o principal material para um trabalho muito belo, que une arte e design. Todas suas peças, com texturas surpreendentes, são inspiradas na natureza e confeccionadas artesanalmente, em uma oficina onde trabalho e natureza convivem e interagem.


O papelão é picado e transformado em uma "massa", que serve como base para seus objetos, móveis e peças esculturais, que são moldados a mão e secos no sol, trazendo assim o material de volta à vida!




O designer/artista conta que era curioso, e começou a misturar o papelão com outros materiais - como o cimento, para construir novos objetos. E o resultado, como pode-se ver, são peças muito bem acabadas, onde a forma consegue unir o funcional e o belo.






A beleza do trabalho não está só no produto final, mas no próprio processo. Tótora acredita que sustentabilidade é aquilo que se faz, não o que se diz: ela acontece através de ações, e não de palavras.

Quer conhecer mais o trabalho e o processo de produção? Acesse o site http://www.domingostotora.com.br/ e desfrute!

OBS: dica da mãe (e leitora)!